Radicado na Europa, o chef Caco Zanchi esteve no Brasil em busca de objetos de decoração e revisando receitas para seu novo restaurante na Bélgica. A casa faz uma homenagem à professora de culinária Maria Teresa Schaan Pessano, responsável pelos primeiros passos de Caco na cozinha. Batizado deMaria Teresa, o bistrô tem 22 lugares e abre suas portas dia 3 de dezembro na Antuérpia em uma casa construída no século XVIII. O chef destaca suas origens, e fez questão de colocar dois mastros na entrada da nova casa com as bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Sul. Caco Zanchi embarca hoje para a Europa, depois de alguns dias em Porto Alegre para pesquisar novas receitas e buscar objetos para decorar seu novo templo que fica vizinho a casa onde nasceu o pintor Antoon Van Dijck, no ano de 1599, no centro histórico de Antuérpia. Aproveitou, claro, para rever e aprender velhas receitas com a eterna mestra Maria Teresa Pessano. Na bagagem, gaurdou lugar para uma surpresa, o recente livro Da língua ao rabo, do pintado ao surubi, de autoria do marido de Maria Teresa, Jarbas Pessano, com receitas regionais gaúchas de carnes e peixes.
Sobre Caco Zanchi
Paixão e arte se misturam na vida deste gaúcho que ganhou o mundo. Caco Zanchi (Fotos Cláudio Fonseca) nasceu para criar e conquistar. Seduzir e envolver. E assim tem sido por mais de três décadas de muito trabalho e dedicação. O talento chegou à cozinha, porém antes de se dedicar a esta alquimia Zanchi investiu em produção cultural, confecção de roupas, dirigiu negócios da família, escreveu livros, ingressou em faculdades, foi professor de artes, trabalhou em centro espírita, foi ator e diretor de teatro, fez cinema e chegou a trabalhar com Alain Delon, pintou vários quadros e afirma que tudo que fez trouxe resultados muito positivos. Desde menino, sabia que não estava neste mundo a passeio e driblava o tempo e os próprios limites para fazer mais e melhor. Uma das casas que dirigiu, o Theatro Mágico, marcou época em Porto Alegre como um dos melhores bares nos anos 80.
Se a gaúcha Maria Teresa Schaan Pessano, professora de culinária, apresentou as panelas ao futuro chef, foi nos bastidores de vários restaurantes europeus como The Finca (Kennington,Inglaterra), Allegro Ma Non Troppo (Aalst, Bélgica), Allegro Moderatto (Gent, Bélgica) e De Valk (Antuérpia, Bélgica) que Caco Zanchi fez escola. Aprendeu novas combinações, criou muitos pratos, adoçou a alma, queimou as mãos e, incansável, refez molhos até acertar o ponto exato e partir para um negócio próprio. Assim nasceram o Café da Galeria (1994) e o restaurante Caco Zanchi Kunst & Gastronomie (1996) especializado em cozinha contemporânea, mas com um forte toque brasileiro. Esta fusão criativa agradou aos paladares mais exigentes e o sucesso fez com que o chef gaúcho adotasse a cidade de Aalst como sua por mais de 12 anos. Com a boa fama do restaurante, foi convidado inúmeras vezes para ministrar cursos de gastronomia brasileira, inclusive na conceituada Escola de Hotelaria e Gastronomia de De Panne, também na Bélgica.
O espírito inquieto e o perfil multidisciplinar logo o conduziram para a união de gastronomia à arte atuando na Caco Zanchi Art Gallery e no Espaço Cultural do Banco do Brasil, em Bruxelas. Foi curador durante três anos e apresentou a Bélgica mais de 80 artistas brasileiros como como Eliane Santos Rocha, Bea Suzin, Maria Bonomi, Walmor Correa, Alex Gama, Bina Montheiro, Clara Pechansky, Elida Tessler, Carlos Tenius e Paulo Amaral. Por este trabalho recebe dos jornalistas belgas o título de Embaixador Cultural do Brasil na Bélgica.
Em 2003, retorna ao Brasil e abre na Bahia o restaurante Caco Zanchi num casarão secular cheio de histórias e com uma vista única para a baia de Todos os Santos. Destacada pela revista Veja como um dos dez melhores restaurantes de Salvador, a casa alcança repercussão também na França e o jornal Le Figaro publica matéria de destaque. O apelo da família disputa espaço com o lado profissional e em 2005, Zanchi encara o desafio de voltar a Porto Alegre, sua cidade. Nasce o Kos, restaurante onde o chef pôde somar toda a experiência adquirida nos mais diferentes países em que esteve e pinçar o melhor. Cozinha contemporânea com toques belgas, mediterrâneos aliadas aos temperos e segredos do Brasil resultaram em um casa com puro charme e muito sabor. Em 2008, Zanchi faz sua estreia no evento Mesa de Cinema e interpreta o cardápio inspirado no filme Chocolate, em Porto Alegre.
Os ventos sopram e lá se vai o chef novamente rumo à Bélgica em 2009 para ser sócio do restaurante De Valk na Antuérpia. É lá que ele realiza a primeira edição internacional do Mesa de Cinema, em novembro, de 2009, levando à cena um cardápio inspirado no filme Estômago. Mais um sucesso que se repetiria na França, em agosto de 2010, quando nova edição do evento comandado pela jornalista gaúcha Rejane Martins foi realizada na Normandia, com participação de Caco Zanchi no Hôtel Des Isles. Coxinhas, pasteis, caipirinha, carpaccio, filé ao vinho tinto e frutas do bosque e sorvete de gorgonzola ao coulis de goiabada simplesmente arrebataram os franceses.
Agora, Zanchi resolve investir na sua essência: a cozinha brasileira e gaúcha sempre com roupagem contemporânea. Ao lado de seu companheiro Tiago Vieira de Melo, outro gaúcho,abre as portas do Maria Teresa em homenagem à sua mestra e amiga.
Fonte: i-press.biz Economia e Mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário