Berlim comemora o 50º aniversário do Ampelmännchen, ícone que sobreviveu á unificação alemã e hoje estampa vários suvenires.
O Ampelmännchen - ou homenzinho do semáforo, em português - é um desses elementos visuais que mostram como pode haver histórias riquíssimas até nos detalhes mais disfarçados na paisagem.
Com seu eterno chapéu, ele muda de cor e de gesto para avisar sobre o momento de atravessar a rua ou esperar pela passagem dos veículos. Ora é verde e dono de um andar altivo, ora torna-se vermelho, de braços abertos e pernas fechadas.
Ninguém ousa desobedecê-lo.
O personagem ficou tão popular ao longo dos últimos 50 anos que extrapolou os sinais de trânsito e hoje está presente em camisetas, chaveiros, garrafinhas d'água, peças de decoração, chicletes e até coleiras.
Além disso, virou um dos símbolos não apenas da vida urbana local, mas também da tendência conhecida como ostalgie, uma espécie de nostalgia por vários elementos da estética do lado leste (ost) do país antes da queda do muro de Berlim.
Curiosamente, o boneco não foi criado por um designer, mas por um psicólogo do trânsito. Quando idealizou, Karl Peglau (1927-2009) propunha diminuir o risco de acidentes em uma cidade cujo tráfego tornava-se mais intenso a cada dia. Apresentou o Ampelmännchen pela primeira vez no Ministério dos Transportes da Alemanha Oriental em 13 de outubro de 1961, e só oito anos depois (ainda foram necessários testes e inspeções para deixá-lo perfeito) viu-o finalmente ganhar as ruas. A estreia do personagem se deu naquela que é hoje uma das principais zonas turísticas da capital alemã: o cruzamento da Unter den Liden com a Friedchstrasse. Aos poucos, os demais semáforos da cidade e do país socialista foram equipados com os novos ícones luminosos. Um sucesso.
Karl Peglau
- O que o torna tão popular? O chapéu, o nariz, o andar, os braços abertos e o espaço que ele ocupa, bem maior que dos personagens dos demais semáforos. O toque humano que ele dá ao trânsito também é muito simpático.
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